O que causa o desmaio? Qual sua relação com o coração?

Com a palavra, o Cardiologista

Desmaio, ou síncope, é a perda súbita da consciência e da força dos músculos, seguida de recuperação rápida e completa. Na maior parte dos casos, os desmaios ocorrem por causa da diminuição do fluxo sanguíneo no cérebro secundária à queda da pressão arterial. Na maioria das vezes são de curta duração e não oferecem risco de vida. O problema é que, na queda associada ao desmaio, com frequência as pessoas podem sofrer traumatismos e fraturas.

Causas

O desmaio em si não é uma doença, mas pode ser manifestação de inúmeras alterações orgânicas ou de alguma doença. As causas variam desde as que não têm qualquer gravidade até às potencialmente fatais. Existem três categorias principais de causas:

1 – Neuromediadas (mais comuns, cerca de 60 %): estão relacionadas com a queda de pressão arterial e dos batimentos cardíacos, secundária à reflexos do organismo em determinadas situações, como: exposição a sangue, dor intensa, medo, emoções súbitas, nervosismo intenso, calor intenso (ambientes abafados e quentes), quando fica muito tempo de pé em um aposição só,ou em uma atividade específica como tossir ou vomitar. Esse tipo de desmaio geralmente é benigno e na maioria das vezes não causa risco de vida.

2- Hipotensão ortostática: ocorre devido à diminuição súbita da pressão arterial quando a pessoa se levanta de uma posição sentada ou deitada. Isto ocorre muitas vezes devido ao uso de determinados medicamentos anti-hipertensivos, diuréticos e a situações que geram desequilíbrio no sistema de controle da pressão arterial no organismo, como diabetes sem controle, desidratação, hemorragias ou infecções.

3 – Problemas cardíacos e vasculares: são a causa de cerca de 23 % dos desmaios e geralmente são responsáveis pelos casos mais graves. Entre as causas cardiovasculares estão as arritmias cardíaca, problemas com as válvulas cardíacas ou com o musculo cardíaco e bloqueio de vasos sanguíneos por uma embolia pulmonar por exemplo.

O diagnóstico inicial da causa subjacente consiste geralmente na análise da história clínica do paciente, em um exame físico detalhado e na realização de eletrocardiograma. Em casos que não se define o diagnóstico inicialmente, outros exames podem ser necessários.

É importante diferenciar o desmaio comum de outras condições que causam sintomas semelhantes como: epilepsia, acidente vascular cerebral (AVC), hipoglicemia, intoxicação por substâncias e algumas perturbações psiquiátricas. O tratamento sempre depende da causa subjacente. As pessoas consideradas de risco podem necessitar de internação hospitalar.

Recomendações

* Se a pessoa começou a desfalecer, tente apoiá-la antes que caia. Ajude-a a sentar-se numa cadeira ou poltrona e a colocar a cabeça entre os joelhos. Peça que inspire e expire profundamente até que o mal estar passe.

* Se ocorreu o desmaio, deite a pessoa e eleve suas pernas. Vire sua cabeça de lado para evitar que aspire secreções que possam sufocá-la. Nunca a faça aspirar álcool nem jogue água em seu rosto para reanimá-la. Quando recobrar a consciência, não permita que se levante sozinha. Faça-a ficar alguns minutos sentada até o mal estar passar por completo.

* Caso ocorra o desmaio, um médico deverá ser consultado para diagnosticar ou afastar causas mais graves e orientar de forma adequada o paciente.

Dr. Everton Arantes Melo
Dr. Everton Arantes MeloCardiologista
Especialista em Cardiologia: Hospital Felício Rocho – Belo Horizonte. Especialista em Ecocardiografia: Hospital Vera Cruz – Belo Horizonte
Título de Especialista em Cardiologia: Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC/AMB)
Título de Especialista em Ecocardiografia: Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC/AMB)

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