Pé plano adquirido no adulto: O que é?
Com a palavra, o Ortopedista
A curva natural que temos na parte de dentro dos pés – chamada de arco plantar – é mantida ativamente por diversas estruturas, sendo o tendão tibial posterior uma das principais.
Durante a caminhada normal o tendão tibial posterior é ativado, modificando o alinhamento dos ossos e permitindo a transmissão de força para o solo. Quando se torna insuficiente, as outras estruturas de manutenção do arco ficam sobrecarregadas e o pé se torna progressivamente chato.
Essa patologia tem componente genético e sofre influência da alteração hormonal da menopausa, sendo portanto, mais frequente nas mulheres.
No início, o paciente queixa de dor e inchaço logo atrás do maléolo medial, osso da parte de dentro do tornozelo, que piora durante as atividades mais intensas como ficar em pé por longos períodos, subir ou descer escadas e realizar exercícios físicos. Sem tratamento, as queixas começam a ficar mais recorrentes, o tendão do músculo tibial posterior que está “inflamado” começa a esgarçar como um elástico que perde sua função, o pé começa então a “desabar”. Ao comparar um pé com o outro a percepção é que um pé está diferente, está mais plano, como se fosse um pé “chato” que apareceu ou ficou pior.
Por ser uma doença crônica e progressiva, que acomete mais mulheres de meia idade, em que o desfecho é certo e com grande impacto na qualidade de vida, na presença de qualquer um dos sintomas é indicado a avaliação de um ortopedista que se dedica ao tratamento das patologias do pé e tornozelo.
Muitas vezes pacientes com insuficiência do tendão tibial posterior são tratados por muito tempo de forma equivocada por dores secundárias (fascite plantar entre elas), sem que se identifique a causa principal.
Apenas em um estágio muito inicial da doença o tratamento pode ser conservador. Os demais casos envolvem uma abordagem cirúrgica.